sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Histórias de Outros tempos VI

enquanto na praia não se faz nada escrevi mais um bocado
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PARTE 6
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    O público não devia estar habituado a ver o "grupo-dos-armados" falhar, comparado à nossa vez em que sobrevivemos quase todos, este triângulo tresandava a que alguém não era dali e eles dois já se tinham apercebido disso... entretanto qualquer pensamento que eu pudesse ter sobre eles matarem-se enquanto eu olhava desapareceu rapidamente sob a voz que previamente anunciara a nossa vitória :

"Um de vós não é um de vós"

    Nada de novo penso eu, no entanto as atenções dos outros dois estavam agora completamente centradas em mim, nem sequer desviavam o olhar um para o outro.

    Os meus dotes de observação não eram os melhores...mas aquela marca que surgiu no peito deles não passaria despercebida a ninguém, olhando de relance para cada um não reparei qualquer diferença entre as marcas dos dois, não sabia o que era aquilo nem de onde tinha aparecido, mas enquanto me afastava olhei para o meu peito suspeitando que lá estaria algo do género:

"Pois"

    Isto facilitava-lhes um bocado as coisas.

    Num frente-a-frente estaria em vantagem com a minha lança longa, mas se os dois se voltassem contra mim aquela espada e aquele machado iam ser complicados de lidar.

    Mas a informação demorava sempre mais a chegar ao meu cérebro do que às minhas pernas e ainda não tinha acabado de concluir que seria parvo enfrentar os dois já a ponta da minha lança embatia no machado, com força suficiente pelos vistos... visto que consegui desequilibrar o rapaz que o segurava.

    Aproveitava eu para acabar com a desvantagem numérica quando sou forçado a rodar sobre mim para absorver um embate de espada com o corpo da lança, quase caindo também... com o choque tive de suster o meu peso cravando a minha arma no chão da arena.
    Enquanto lutava para não perder o equilíbrio e me esforçava por conseguir identificar se o som atrás de mim era o de alguém a levantar-se ou a lançar-se sobre mim outro ataque de espada estava já apontado ao meu peito, aproveitei o apoio da lança para me ajudar a desviar mesmo a tempo de ver um braço aparecer frente aos meus olhos onde antes já tinha passado toda a sua espada.

"Já que aí estás"

    Com os pés firmes no chão agarrei o braço à minha frente apenas para o empurrar no sentido para onde ele se lançava, o súbito aumento de velocidade obrigou a que ele tentasse dar um rápido passo em frente para não sair a voar.
    Agora, à minha frente as costas de um desequilibrado espadachim, atrás...uma dor dilacerante na anca.
    Caí sobre um joelho, lutar com um machado na anca não era algo a que estivesse habituado e até as pernas me começaram a faltar, só esperei que os braços não me falhassem também.

    Quase ajoelhado à altura do chão voltei a depositar a minha vida naquela lança, espeta-la não mataria ninguém pelos calcanhares então rodei-a paralela ao chão.

Um embate . . .

    Quanto mais força fazia mais a minha anca se queixava. . .

        Rodei mais ainda . . .

    Outro embate . . .

"Eu não vou lá acima, mas vocês também não vão aí ficar"

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