sábado, 26 de maio de 2012

Crie o Seu próprio Wallpaper planetário

Neste artigo vamos criar um Wallpaper com uma espécie de fundo planetário deste género



 

1 - Abra o Photoshop e crie um novo projecto com os tamanhos indicados em baixo (ou os que desejar)



 

2 - Vamos tratar de criar o céu primeiro, crie uma nova layer e adicione um fundo com gradiente de duas cores ( eu usei #060913 para cor principal e #272e58 para cor de fundo) e arraste do canto inferior esquerdo para o canto superior direito.



 

3 - Agora escolha a ferramenta de selecção em forma de elipse e crie um círculo no centro da imagem, volte a usar a ferramenta de gradiente (usei as cores #cc8933 e #551800) para criar algo deste género.



4 - Clique duas vezes na sua camada Planeta para abrir as opções de camada e crie uma sombra interior



5 -Crie uma nova camada chamada planeta textura e utilize os limites já criados do planeta (ctr+botão esquerdo na miniatura da layer planeta) e com a nova camada selecionada clique em Filter -> Render -> Clouds e mude o estilo da layer para Color Burn. Copie os efeitos da layer planeta para esta também (botão direito -> copy layer style).



 

6 - Vamos criar agora uma atmosfera à volta do planeta, duplique a layer planeta e altere o nome para atmosfera, depois vá a Filter -> Blur -> Gaussian Blur, aumente um bocado o tamanho para que seja maior que o planeta (ctrl+t ou edit->transform->scale) .



 

7 - Mude o estilo da Layer para Soft Light e a opacidade para cerca de 34%



8 - Adicione um brilho interior nas opções de Layer



9 - Vamos agora criar algumas estrelas no fundo, mude as cores para preto e branco (pressionar D ) seleccione o pincel ( B ) e abra o menu de definições de pincéis ( Window -> Brushes), aumente o spacing para cerca de 400% o tamanho para 7 pixeis e ponha um visto em scattering (certifique-se que as definições de scattering são contadores a 1 e control em off), e desenhe algumas "constelações" a gosto.



10 - (defina a layer como soft light se preferir menos brilho)



 

11 - Para adicionar algumas estrelas mais brilhantes duplique a camada céu e vá a Filter -> Render -> Lens Flare e adicione estrelas onde desejar.



12 -O seu planeta está pronto! Agora copiando o planeta e alterando as cores (e com um ou dois redimensionamentos) pode criar algumas "luas e sóis" sem muito trabalho adicional.



Espero que tenha gostado do tutorial, vemo-nos no próximo artigo

 



 

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Saber ou não saber

"Ignorância é felicidade."

E ainda assim todos os dias me levanto para viver o mundo.

Para que faço eu isto se apenas para ficar mais triste?

Lembro-me de quando não sabia nada, sentia que me faltava alguma coisa que o resto do pessoal tinha, sabia da mesma maneira que um homem que nunca tinha comido sabia o que era a fome sem saber o que é a comida.

...E cresci por esta lógica, se calhar devia estar arrependido. Mas não estou.

Sabedoria e conhecimento sustentam o gostar de tudo o que apreciamos, nunca escolheria voltar à ignorância pois isso iria privar-me de tudo o que vi e tudo o que me tornei, é apenas deixando-nos ver os horrores que existem que podemos crescer, perceber e amar tudo o que é bom. Há tanta coisa boa por aí... como é que certas pessoas escolhem ver a escuridão e viver na ignorância eu não percebo.

Gosto de olhar para trás e ver as minhas pegadas uma última vez antes de dar um passo em frente... e outro...

Sei de onde venho mas não faço ideia para onde vou, tudo é novo, até o igual parece diferente, olho para o meu lado e vejo caras novas, não sei se já estariam lá e eu não as tivesse visto assim ou se da noite para o dia as máscaras não estivessem mais lá, ou estivessem outras...

Quanto mais conhecimento pensamos que possuimos mais fundo descemos na escuridão da ignorância, quanto mais nos mentalizamos que somos um vazio de conhecimento, um ponto num plano do saber, mais os nossos olhos se abrem. Tudo é novo, tudo é grande, tudo é imenso...
E tudo é nosso para descobrir.

Se há uma coisa que não tenho medo de perder é aquilo que não possuo, dou de bom grado os momentos dos outros aos outros e a vida de quem a teve a quem precisa de a ter, nunca foi minha não sinto falta dela.

Gente de olhos fechados é pior que gente de olhos tapados, como se diz na gíria o pior cego é aquele que não quer ver. Está tudo à nossa frente, seja um pequeno ninho na árvore do nosso jardim a um boião de areia de uma praia que não nos viu lá.
Até pode continuar a ser uma árvore e uma peça de decoração parva...

Mas pode ser tanto mais... 
pode ser uma semente caída antes de nós termos sequer oportunidade de cair, um ente passado a acolher o nascimento de um novo, pode ser um resto de lixo do fundo do mar, um lixinho que não o era, algo que foi alguma coisa e que só é nada se nós o fizermos tal.

Gente de olhos tapados é tão melhor que gente de olhos fechados, é quando um campo de relva se torna numa festa de grilos e seres do bosque, quando uma praia vazia se torna numa dança do mar com as rochas entre breves acompanhamentos suaves da brisa litoral.

Sei que um dia posso voltar a destapar os meus olhos e tornar-me cego pela luz, mas nunca vou voltar ao caminho do escuro e da ignorância, enfrento a cara do futuro com aventura no coração.

E tu?Será que vens comigo?

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Passa-nos tanta coisa ao lado

Este video só mostra como somos pequeninos


Terje Sorgjerd,o fotógrafo por detrás do famoso vídeo Aurora, captura o "Milky Way sobre El Teide", a montanha mais alta de Espanha.

Filmado entre 4 de Abril e 11 de Abril de 2011 as frames individuais foram fotografadas usando uma Canon 5D Mark II com a Canon 17mm TSE, Canon 16-35mm II, Canon 24/1.4II, e Sigma 12-24mm.

não esquecer de ver em fullscreen e hd, é demasiado espectacular





sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Histórias de Outros tempos VI

enquanto na praia não se faz nada escrevi mais um bocado
Clique aqui para ler a Parte 1 
Clique aqui para ler a Parte 5 

PARTE 6
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    O público não devia estar habituado a ver o "grupo-dos-armados" falhar, comparado à nossa vez em que sobrevivemos quase todos, este triângulo tresandava a que alguém não era dali e eles dois já se tinham apercebido disso... entretanto qualquer pensamento que eu pudesse ter sobre eles matarem-se enquanto eu olhava desapareceu rapidamente sob a voz que previamente anunciara a nossa vitória :

"Um de vós não é um de vós"

    Nada de novo penso eu, no entanto as atenções dos outros dois estavam agora completamente centradas em mim, nem sequer desviavam o olhar um para o outro.

    Os meus dotes de observação não eram os melhores...mas aquela marca que surgiu no peito deles não passaria despercebida a ninguém, olhando de relance para cada um não reparei qualquer diferença entre as marcas dos dois, não sabia o que era aquilo nem de onde tinha aparecido, mas enquanto me afastava olhei para o meu peito suspeitando que lá estaria algo do género:

"Pois"

    Isto facilitava-lhes um bocado as coisas.

    Num frente-a-frente estaria em vantagem com a minha lança longa, mas se os dois se voltassem contra mim aquela espada e aquele machado iam ser complicados de lidar.

    Mas a informação demorava sempre mais a chegar ao meu cérebro do que às minhas pernas e ainda não tinha acabado de concluir que seria parvo enfrentar os dois já a ponta da minha lança embatia no machado, com força suficiente pelos vistos... visto que consegui desequilibrar o rapaz que o segurava.

    Aproveitava eu para acabar com a desvantagem numérica quando sou forçado a rodar sobre mim para absorver um embate de espada com o corpo da lança, quase caindo também... com o choque tive de suster o meu peso cravando a minha arma no chão da arena.
    Enquanto lutava para não perder o equilíbrio e me esforçava por conseguir identificar se o som atrás de mim era o de alguém a levantar-se ou a lançar-se sobre mim outro ataque de espada estava já apontado ao meu peito, aproveitei o apoio da lança para me ajudar a desviar mesmo a tempo de ver um braço aparecer frente aos meus olhos onde antes já tinha passado toda a sua espada.

"Já que aí estás"

    Com os pés firmes no chão agarrei o braço à minha frente apenas para o empurrar no sentido para onde ele se lançava, o súbito aumento de velocidade obrigou a que ele tentasse dar um rápido passo em frente para não sair a voar.
    Agora, à minha frente as costas de um desequilibrado espadachim, atrás...uma dor dilacerante na anca.
    Caí sobre um joelho, lutar com um machado na anca não era algo a que estivesse habituado e até as pernas me começaram a faltar, só esperei que os braços não me falhassem também.

    Quase ajoelhado à altura do chão voltei a depositar a minha vida naquela lança, espeta-la não mataria ninguém pelos calcanhares então rodei-a paralela ao chão.

Um embate . . .

    Quanto mais força fazia mais a minha anca se queixava. . .

        Rodei mais ainda . . .

    Outro embate . . .

"Eu não vou lá acima, mas vocês também não vão aí ficar"

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Há coisas fantásticas não há?

Mais uma viagem pelas internets levou-me a encontrar várias coisas que não percebo como é que não temos uma em cada casa ainda:

Como cada pack de refrigerantes não vem com um aparelho destes?


Ou esta relaxante peça de decoração


Não que a guitarra seja o meu instrumento


Quem não gostava de um quarto destes?


Provavelmente no futuro


Depois há quem leve o sofá-cama demasiado literalmente


Para quem vive no passado talvez acorde um bocado prá vida

ou


O dinheiro que se gasta em colheres de plástico quase que compensava isto


o mundo é dos preguiçosos


Uma boa garrafeira manda sempre estilo, agora quando até a garrafeira tem estilo


Mais gadgets do futuro


e para os artistas


Nunca ficaram a olhar pra torradeira a pensar se já estaria tostada?


Por falar em comida


Depois de comer na lista de necessidades vem sempre o dormir, não dá para não estar confortável aqui


ou aqui


ou para quem não for solteiro aqui


mas sempre com estilo


por falar em estilo


e já que estamos no tópico de estilo



Há coisas fantásticas não há?

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Intenções

Um destes dias assim do nada surgiram-me uma série de ideias que me suscitaram a seguinte questão:


O que importa é o que fazemos ou o que queremos fazer?


Vejamos as coisas desta perspectiva:


     

Estamos na mesa de jantar quando alguém desajeitadamente dá um toque na garrafa de vinho ( cheia e de vinho tinto, para dar mais impacto) e esta começa a cair na sua direcção, se reflexo se outra coisa consegue desviá-la acabando por encher de liquido o ocupante ao lado, naquela fração de segundo em que está tudo calado e em "mini-choque" podem acontecer várias coisas que ditam o desfecho da cena:


"Ainda tentei apanhar mas não consegui"
      O que vem seguido de "Não faz mal não tiveste culpa"

"Não me quis sujar"
     "Então sujas-me a mim?Agora que remédio tens senão limpar"

"Porque é que não tiveste cuidado em vez de dares um toque na garrafa? Se não a tivesses atirado eu não a tinha desviado para ele"


      Observo então que o culpado desta situação (e possivelmente o que vai lavar a roupa) é determinado não pelo acto em si, mas pela conversa e reacções que ocorreram após o acidente. Então, se para uma coisa desta insignificância pensamos assim, como será com decisões em que o peso da culpa será maior?

      Vamos pensar no José, um velho doente terminal em fase de pleno sofrimento e das suas únicas herdeiras, a Joana e a Andreia.
      Joana sempre cuidou de seu pai e custava-lhe ver o seu sofrimento tão grande a aumentar dia após dia sem mais conseguir comunicar com ele (era apenas um corpo ligado a uma máquina) enquanto que Andreia apenas esperava o dia em que herdaria parte da fortuna de seu pai.
      Um dia, farta de esperar Andreia trocou o soro da máquina por um tranquilizante que o pusesse a dormir "de vez" durante a noite.
      Não fazendo ideia disto, Joana decidiu finalmente aceder ao último pedido lúcido do velho José e pôr fim ao seu sofrimento, em lágrimas tirou-lhe o saco com o soro e trocou por um vazio.
(Não faço ideia se o soro é assim tão importante mas dá para perceber aonde quero chegar).
      Na manhã seguinte ambas dão com o progenitor morto e apesar de não terem coragem para falar disso o sentimento de culpa obriga ambas a confessar o "assassínio".

Chega a autópsia revelando efectivamente que apesar de encontrados vestígios estranhos de tranquilizante ele morreu por falta de soro.

Chegamos então aqui ao ponto da questão, quem é que irá presa pela morte do pai?

ⓛ A gananciosa e mal intencionada Andreia que a ficar por aí à solta pode perante outra oportunidade matar mais alguem por dinheiro?
Não, pois ela não teve qualquer influência na morte do pai;

ⓛ O que nos deixa com a meiga e bem-intencionada Joana, que apesar de ter efectivamente morto o pai acabou por o "salvar" de uma tentativa diferente de homicídio que o acabaria por matar se ela não tivesse feito nada, Joana acabará claro, por ser declarada culpada.

"Mas isto só mostra que somos julgados pelo que fazemos e não pelo que queremos fazer"

O leitor certamente encontrou-se a torcer para que a pena de Joana, apesar de justa (matou o pai) não seja muito severa (quis acabar com o sofrimento).
Imagine agora que eu tinha trocado os nomes.
A acção seria exactamente a mesma mas não estaria agora a pensar : "que fique na cadeia uns bons anos a gananciosa"?

Quem é que lava o vinho tinto então?

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Histórias de Outros tempos V

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Enquanto esperava por uma fantástica espetada num restaurante algarvio chamado Chefe Silva (penso) aproveitei que tinha o caderno e larguei mais um bocado de texto

PARTE 5
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Um ciclo de chacina...

  Que divertimento veria alguém no confronto de amadores sem qualquer preparação com outros colegas desarmados?

  Não pensei muito mais... nem tempo para isso tinha, apesar de me ver em qualquer um daqueles rapazes a correr em direcção a um bando de desconhecidos sem esperança gritava ordens à minha volta contando que quem me rodeava fosse parvo o suficiente para as seguir.

  Surpreendentemente uma barreira de corpos começou a ser formada, não com o meu nem com o deles, mas com o das pobres vitimas da nossa anterior carga.

Um por entre nós decidiu não ficar atrás do chão irregular de corpos que dificultaria a batalha e começou a correr em pânico à volta da arena.

  Tal qual uma matilha de lobos vendo o cordeiro abandonado todos se precipitavam sobre ele quase desfazendo o seu corpo como um farrapo.

A seguir a ele não havia como esticar mais o nosso tempo, a nuvem de poeira levantada pelos desajeitados guerreiros estava cada vez mais perto...
  e perto...
  perto...

  Ironia do destino desta vez estava do outro lado da matança, mas as nossas vítimas anteriores não faziam sequer ideia de que ainda ajudariam o seu assassino a sobreviver...

  Um rapaz caiu ao meu lado ainda tendo conseguido levar um dos armados com ele, vendo a sua lança de ferro perto de mim deslizei debaixo dos corpos de dois rapazes já mortos que me encobriam e peguei na lança levantando-me com rapidez...

  Já recuperado de me ter escondido entre corpos moribundos não fazia ideia para onde me virar,só não queria dar nas vistas.

  Olhei para um rapaz a fitar-me tão cegamente esperançoso por ver que o meu plano para arranjar uma arma tinha resultado que nem sequer se tentou desviar quando a minha lança penetrou pelo seu peito.

 Lutando e recuando ia matando fervorosamente os impotentes que se fiaram em mim e disfarçadamente abatendo um ou dois dos outros no frenesim da batalha.

 O público delirava. Obviamente que para quem estava de fora tudo o que eu estava a fazer era perceptível, mas no meio do pânico e sangue da arena nenhum estreante nestas andanças reparava no rapaz que tudo virava à sua frente.

 No fim, sobrámos três, o público gritava... gritava como se o sangue que vira não lhes tivesse chegado:
     "Falta Um!"

  Entreolhámo-nos, já nenhum hesitaria em matar e sabíamos todos que não íamos sair os três dali, mas havia uma coisa que eu sabia e eles não, o público estava errado:
       Faltavam dois...

terça-feira, 14 de junho de 2011

Histórias de Outros tempos IV

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PARTE 4
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 Um Coliseu...

    Aos poucos tudo na minha cabeça começou a fazer sentido, desde o rapto até ao trabalho nas minas, desde a nossa alimentação até ao fluxo exagerado de guardas para uma simples mina de rapazes, estavam a "engordar-nos" para a matança.

    O bater sicronizado de pés só era abafado pelos gritos de euforia... apesar de não os perceber pelo seu terrivel uníssono não era difícil de adivinhar que alguma coisa viria aí.

    Olhei à minha volta; um punhado de rapazes franzinos vindos das minas encolhiam-se perante a colossal multidão de olhos sobre eles.

    Do outro lado do coliseu outro grupo de rapazes na mesma condição que nós, apenas marcados com roupas embebidas em sangue...

    Gritos...

        Medo...

            Um punhado de armas no meio da arena...

                    Altura de brilhar.

    Não era preciso explicar nada, corri até ao meio da arena apenas para ser seguido pelos meus "colegas", do outro lado não tiveram a mesma sorte, ainda perplexos pelo que se estava a passar apenas se começaram a mover quando a luz reflectida nas nossas armas lhes cegou a visão.

    Tinhamos estado demasiado tempo encarcerados para arriscar voltar para lá outra vez, um breve momento de silêncio do público enquanto carregávamos sobre os jovens marcados de sangue.

    Sangue... mais do que eu alguma vez tinha visto, nunca tinha morto ninguém mas nunca pensei que me fosse sentir assim, completamente indiferente.

    Ultrapassada a surpresa de não me surpreender continuei a ceifar corpos até que mais nenhum daquele grupo de rapazes se movia.

    O público não me parecia surpreendido, para quem veio para ver a matança estavam um bocado pouco entusiasmados, mas tinha mais com que me preocupar.

PARABENS PELA VITÓRIA
Pousem as armas no meio da arena e venham embora.
    
Fizemos o que nos foi dito. Pousamos as armas no meio da arena e vimos a porta por onde tinham entrado os outros rapazes abrir-se...árvores avistavam-se do outro lado... "Liberdade" pensei... corremos...corremos como nunca tinhamos corrido, estava tão perto, cada vez mais perto... de repente, a porta é largada e fecha-se perante nós...mais gritos...a multidão em delirio...

e atrás de nós...

Um grupo de rapazes no meio da arena com roupa limpa e cara de poucos amigos...

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Histórias de Outros tempos III

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PARTE 3

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  Nesta mina não havia heróis como nas lendas... ninguém tentava nada que pudesse sequer irritar o simples rapaz que nos trazia comida quanto mais uma rebelião contra os guardas que levavam os mais velhos em troca por mais novos a cada punhado de dias... nunca algum deles voltou... mas também não me parece que tenham ganho um bilhete para o mundo lá fora.

 

     Mais um dia igual ao anterior...
 

                e ao anterior a esse...
 

                    e aos 30 anteriores a esse...
 

                        e aos 300 anteriores a esse...
 

                            ...
 

Olho para a pedra...nada, completamente obscurecida pela sombra da parede, não era surpresa o que vinha aí.
 

    Um Silêncio ensurdecedor instala-se na mina.
 

    Começam-se a ouvir passos pesados e o roçar de luvas de ferro contra armaduras... Alinhámo-nos como sempre cada um em frente ao seu monte de metal na esperança que fosse hoje que tivéssemos o mais minúsculo pedaço de carne em vez de todo o pão que sempre era distribuido.
 

    Olhei em volta... não, também não era hoje que receberia mais que os outros.
"Talvez devesse praticar menos e minar mais..." - apesar da minha forte constituição física ganha nestes anos a trabalhar na mina não podia continuar a alimentar os meus músculos apenas com exercício e pão - mentalmente comecei a estabelecer uma maneira de juntar o treino com o trabalho...
 

    Procurei pelo corpo do guarda que se tinha deixado levar por toda a doença e desepero deste lugar. Sem surpresas, encontrei-o no mesmo sitio onde ele caiu pela última vez. "O amor pelos colegas mortos deveria ser tanto como pelos escravos vivos" - pensei - ele tivera de ser enterrado por nós sob a sua armadura no local mais próximo que encontrámos. Aproximei-me e retirei a luva de ferro na esperança que me servisse, ainda inscrita com o nome do soldado "Porter".
Vários olhares de medo se cruzaram com o meu sorriso...
 

                        Parecia que tinha sido feita para mim.
 

    Apesar de mais lento que com a picareta, mantive a minha ideia de treinar enquanto trabalhava e a luva de ferro provou ser a fonte de sustento mais saudável para não descurar o treino.
 

    Dia após dia comecei a aprimorar as minhas técnicas tanto de trabalho como de combate: espaço de prática não faltava, desde minar galerias inteiras a pequenas paredes mais profundas e provavelmente seria impossível ter mais tempo livre para dedicar ao trabalho, o que fez com que de certo modo não estivesse tão desagradado com isto como os outros rapazes da mina.
 

    Felizmente nada do que eles diziam sobre os que vão e não voltam me preocupava...
 

         ...Até ao dia em que chegou a minha vez.
 

    Estava a praticar treino de armas com os cabos retirados de uma picareta (que provavelmente já tinha dado mais do que devia a esta mina), quando entram mais rapazes vendados pela cela principal.
 

    "Tu com o toco de madeira, é a tua vez de ir"
 

    Pousei o pau e a luva e dirigi-me ao grupo de homens encapuzados "até qualquer dia" foi o que leram nos meus olhos os meus colegas, mal sabendo que a minha tristeza residia na perda do meu local de treino.
 

    Outra venda...
 

        Mais correntes ...
 

    Segui o som das armaduras tropeçando uma ou duas vezes quando os passos se dividiam e os nossos mestres não nos diziam quem era suposto seguirmos, questionava-me sobre o meu destino, seria ele tão curto como o do insecto que acabei de calcar? Espero bem que não, sentiriam tanto a minha falta como a dele e eu queria tudo menos isso.
 

    ...Uma cela fecha-se atrás de nós sob o barulho de chaves a cair a nossos pés...
 

    Apresso-me a pegar nelas e a libertar-me das correntes que me prendiam bem como da venda que me cegava, a visão não melhorou muito, estava numa espécie de túnel sem qualquer hipótese de visão exceptuando uma luz cintilante no fundo...
 

    ...O Sol...
 

        ...Iria eu vê-lo uma vez mais?
 

Corro na única direcção imaginável de correr, olhos semi-cerrados...
 

    ...Luz...
 

    Como os meus olhos não estavam habituados, chego ao fim do túnel, ainda sem a total noção do que via, pareceu que me encontrava na base demasiado lisa de um vale demasiado pequeno para o ser...
 

    ...isso...   


        ... e a enchente interminável de gritos a toda a minha volta...
 

sábado, 11 de junho de 2011

Histórias de Outros tempos II

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PARTE 2
   

     Encontrei repostas antes de sequer as procurar, um "Porque é que estou vendado" e uma ligeira dor na nuca foram suficientes para perceber que não tinha desmaiado na velha floresta nem sido levado para casa.
   
Tentei mover os braços para tirar a venda...
       
correntes...

    tentei correr...

        correntes...
 
  tentei atirar-me para o chão e rastejar...
       
chicotes... mal por mal preferi as correntes.
   
Tendo um cérebro avançado o suficiente para andar e pensar ao mesmo tempo deparei-me com a minha falta de preocupação.
   
"Se me quisessem matar certamente já o teriam feito"

A minha mãe deve-se ter esquecido de mim mal se apercebeu que só precisava de metade do stock de lenha a partir de agora por isso vamos lá ver no que me meti.

    Segui caminho até uma gruta (que remédio) até que uma das correntes dos meus pés se soltou, "vocês os dois entrem aí à esquerda, o resto dos mais velhos comigo"
  
Não fazendo a minima ideia de qual era a esquerda (obrigado mãe) dirigi-me para um lado...
 
  ...mais Chicotes...
 
      ...Desde aí nunca mais confundi.

    Portas a fechar... "deixem-me retirar-vos as correntes" retirei a venda, "Luz, já nao era sem tempo" resmunguei sob o barulho do metal a bater, "bem vindo às minas de ferro, ali tens a tua picareta, e ali tens o marcador do tempo (apontou-me uma pedra ao lado de um pequeno buraco vedado lá para fora) quando não conseguires ver a pedra eles vêm ver o que conseguimos extrair e receberemos parte do peso em comida."
 
  Dezenas de rapazes mergulhados em suor pelos corredores a perder de vista

"E se eu não quiser?"

    Metal a bater em metal por todos os lados...

 "Sentaste e fazes o que quiseres como fez o Andrah Seih" -apontou para o corpo em decomposição - "Mas não me parece boa ideia".
    Cortar material...pouca comida...corpos em decomposição... trabalhar para outros... não fosse a luz escassa e diria que afinal sempre me tinham trazido para casa.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Guerras de Jabardice

Ora como quando à tempo livre ninguém arranja nada pra fazer é na altura de exames que temos tudo pra fazer e tempo livre nem vê-lo, nos pequenos intervalos de estudo surgem das mais variadas mostras de "chatear" o pessoal que tenho encontrado.















Créditos a mim ao Gabriel Poça e ao Miguel Palhas