terça-feira, 14 de junho de 2011

Histórias de Outros tempos IV

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PARTE 4
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 Um Coliseu...

    Aos poucos tudo na minha cabeça começou a fazer sentido, desde o rapto até ao trabalho nas minas, desde a nossa alimentação até ao fluxo exagerado de guardas para uma simples mina de rapazes, estavam a "engordar-nos" para a matança.

    O bater sicronizado de pés só era abafado pelos gritos de euforia... apesar de não os perceber pelo seu terrivel uníssono não era difícil de adivinhar que alguma coisa viria aí.

    Olhei à minha volta; um punhado de rapazes franzinos vindos das minas encolhiam-se perante a colossal multidão de olhos sobre eles.

    Do outro lado do coliseu outro grupo de rapazes na mesma condição que nós, apenas marcados com roupas embebidas em sangue...

    Gritos...

        Medo...

            Um punhado de armas no meio da arena...

                    Altura de brilhar.

    Não era preciso explicar nada, corri até ao meio da arena apenas para ser seguido pelos meus "colegas", do outro lado não tiveram a mesma sorte, ainda perplexos pelo que se estava a passar apenas se começaram a mover quando a luz reflectida nas nossas armas lhes cegou a visão.

    Tinhamos estado demasiado tempo encarcerados para arriscar voltar para lá outra vez, um breve momento de silêncio do público enquanto carregávamos sobre os jovens marcados de sangue.

    Sangue... mais do que eu alguma vez tinha visto, nunca tinha morto ninguém mas nunca pensei que me fosse sentir assim, completamente indiferente.

    Ultrapassada a surpresa de não me surpreender continuei a ceifar corpos até que mais nenhum daquele grupo de rapazes se movia.

    O público não me parecia surpreendido, para quem veio para ver a matança estavam um bocado pouco entusiasmados, mas tinha mais com que me preocupar.

PARABENS PELA VITÓRIA
Pousem as armas no meio da arena e venham embora.
    
Fizemos o que nos foi dito. Pousamos as armas no meio da arena e vimos a porta por onde tinham entrado os outros rapazes abrir-se...árvores avistavam-se do outro lado... "Liberdade" pensei... corremos...corremos como nunca tinhamos corrido, estava tão perto, cada vez mais perto... de repente, a porta é largada e fecha-se perante nós...mais gritos...a multidão em delirio...

e atrás de nós...

Um grupo de rapazes no meio da arena com roupa limpa e cara de poucos amigos...

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